Amamos mais o nosso próprio desejo do que o ser desejado.
Vivemos tempestades de poder e sacrifício.
Imensos, ínfimos dentro de nós, suplantamos o EU e tornamo-nos absolutos, iguais à mãe-terra, ao pai-mundo. Maravilha que dói! Magoa a centelha humana que fica e se encolhe dentro de nós, mas só sentimos que dói quando voltamos.
Quando voltamos estamos sempre a sós com essa dor, que se torna avassaladora, porque o resto era uma identidade momentânea, animada pelo desejo. Mas ela renasce. Renasce assim que desejarmos e nos transformarmos no guerreiro poderoso e audaz. E na luta, travada até às últimas consequências, sem tréguas, pouco importa que sejamos o vencedor, que conquista, ou o vencido, que se entrega à rendição. Não é gloriosa a primeira, e a segunda doce? Não são deliciosas, ambas? Oh, sim... sim! Por isso amamos aquele que vencemos e também o que nos vence.
Há sempre sangue no amor quando a espada é o desejo e o espírito um guerreiro.
Eu procuro sempre acertar no coração, exactamente porque a mim só um golpe em pleno coração vence. Isso muda tudo e já não quero guerrear, mas apenas contemplar, ser contemplada; conhecer, ser conhecida. Coisas que se cantam em silêncio, ou dançam com gestos de rosácea, e se cravam muito, muito fundo. Para lá do desejo, mas com ele...
© Fata Morgana
Vivemos tempestades de poder e sacrifício.
Imensos, ínfimos dentro de nós, suplantamos o EU e tornamo-nos absolutos, iguais à mãe-terra, ao pai-mundo. Maravilha que dói! Magoa a centelha humana que fica e se encolhe dentro de nós, mas só sentimos que dói quando voltamos.
Quando voltamos estamos sempre a sós com essa dor, que se torna avassaladora, porque o resto era uma identidade momentânea, animada pelo desejo. Mas ela renasce. Renasce assim que desejarmos e nos transformarmos no guerreiro poderoso e audaz. E na luta, travada até às últimas consequências, sem tréguas, pouco importa que sejamos o vencedor, que conquista, ou o vencido, que se entrega à rendição. Não é gloriosa a primeira, e a segunda doce? Não são deliciosas, ambas? Oh, sim... sim! Por isso amamos aquele que vencemos e também o que nos vence.
Há sempre sangue no amor quando a espada é o desejo e o espírito um guerreiro.
Eu procuro sempre acertar no coração, exactamente porque a mim só um golpe em pleno coração vence. Isso muda tudo e já não quero guerrear, mas apenas contemplar, ser contemplada; conhecer, ser conhecida. Coisas que se cantam em silêncio, ou dançam com gestos de rosácea, e se cravam muito, muito fundo. Para lá do desejo, mas com ele...
© Fata Morgana