Sou a paz dos outros. Daqueles que chamo os outros, apenas. Quantas vezes fico a ouvi-los descrever a calma e a serenidade que lhes transmito; contar como junto de mim se sentem mais tranquilos. E perguntam-me coisas, como se eu tivesse respostas e eu respondo como posso, mesmo sem poder.
Pasmo dessa paz que dou sem jamais perceber como será possível dar o que não tenho.
Dentro. Procuro no mais profundo ermo de mim mesma e não há.
Depois olho para os meus amores, os que são comigo desde sempre e para sempre comigo serão; aqueles que absorvo e em que me dissolvo, uma coisa e outra a um tempo... e tampouco neles vejo paz!
É esta maldição que me fustiga e atormenta.
© Fata Morgana
Pasmo dessa paz que dou sem jamais perceber como será possível dar o que não tenho.
Dentro. Procuro no mais profundo ermo de mim mesma e não há.
Depois olho para os meus amores, os que são comigo desde sempre e para sempre comigo serão; aqueles que absorvo e em que me dissolvo, uma coisa e outra a um tempo... e tampouco neles vejo paz!
É esta maldição que me fustiga e atormenta.
© Fata Morgana