Todas as noites a canção de embalar é desafinada e o sonho doido.
Todas os dias o dia é grande demais... longe demais... e eu muito pequena para tanta distância, tanto andar. Mas não refilo e faço-me maior, faço-me lesta, e faço-o.
Os passos cumprem-se e a vida corre e o buraco cava-se.
Eu não sei quem segura os fios, não sei quem fez as personagens.
Não imagino, sequer, porque será que digo sempre o que sinto (mesmo que até a mim soe estranho); porque será que me sinto tão diferente, aqui no meio... Reconheço alguns afins, mas noutras plataformas, quase sempre. Nunca posso fazer número... quase nunca.
Ora! Sou forte. Sou eu! Não é por mim que tenho de dar contas? Nesse caso... tenho tudo!
© Fata Morgana
Todas os dias o dia é grande demais... longe demais... e eu muito pequena para tanta distância, tanto andar. Mas não refilo e faço-me maior, faço-me lesta, e faço-o.
Os passos cumprem-se e a vida corre e o buraco cava-se.
Eu não sei quem segura os fios, não sei quem fez as personagens.
Não imagino, sequer, porque será que digo sempre o que sinto (mesmo que até a mim soe estranho); porque será que me sinto tão diferente, aqui no meio... Reconheço alguns afins, mas noutras plataformas, quase sempre. Nunca posso fazer número... quase nunca.
Ora! Sou forte. Sou eu! Não é por mim que tenho de dar contas? Nesse caso... tenho tudo!
© Fata Morgana
16 comentários:
O espelho só reflete o aparente, a ilusão do eu. É no ato de ousar o que não alcança que a resposta se dá, ainda que em língua aparentemente estranha.
Beijos.
PS: Eu já estava com saudades de ti, desse blogue e desse textos que são verdadeiras radiografias da tua alma.
Bat disse que está amoada de vir aqui porque tu não a visitas faz mais de um mês. Como eu faço parte do Movimento dos Sem Blogue não tenho desses problemas...LOL!
O que vou dizer pode não parecer adequar-se ao texto, mas foi a reflexão que o mesmo me inspirou sobre mim próprio, sobre como processo o tempo, a experiência, e a inocência.
Á medida que o tempo passa e com ele os mil e um acontecimentos, o mundo fica cada vez mais pequeno e nós ficamos cada vez maiores, até que um dia perdemos o chão.
Querida Fata
Muito importante: "Sou forte..."
A consciência de que somos muito mais fortes, do que pensamos e alguma vez sentimos, é reconfortante, até porque é verdade, na maioria dos casos.
Imaginei enquanto pensas e falas com os teus botões, e eles caindo um a um...
Um beijo
Daniel
"Todas os dias o dia é grande demais... longe demais... e eu muito pequena para tanta distância, tanto andar. "
a gente sempre está longe demais de algo...
lindas palavras...
beijo
Morgana,
Acredito mais na reflexão pessoal quando é feita assim, com a simplicidade das coisas certas, sem o artifício das coisas mascaradas.
E tens esta universalidade, de fazer com que todos se revejam nas tuas palavras...
Um beijo,
Gotik
Minha querida,
...o texto é uma reflexão poderosa e tocante.
Confesso que, ao ler-te, senti que podia ter sido a minha mão a escrever essas plavras, tivesse eu o teu engenho. No fundo acho que o otik tem toda a razão: "tens esta universalidade, de fazer com que todos se revejam nas tuas palavras...".
Um beijo imenso e cheio de saudades.
PS: Aquele primeiro parágrafo tocou-me particularmente; acho que to vou "roubar" para a minha agenda. Posso?! :$
*Gotik
Eh pá, esta foi mesmo até ao fundo.
Gosto tanto de te ler!
Beijo grande, Morgana*
Ora, sentes-te diferente porque cortaste esses fios que seguram quem se deixa segurar. E, apesar de tudo, é mais difícil seguir assim. Mas mais puro.
Eu acho.
*
sem muletas...
bjs.
eu teria (tenho) muito a dizer-te, e não só sobre o tema deste post.tem a ver com a nossa troca de palavras, aqui, essas coisas que não são coincidências ... e o teu comentário ao meu post relacionado com a isadora duncan, pois pensei em ti quando o preparei, embora, neste caso, não considere isso estranho, tendo em conta as tuas afinidades , que também são minhas, com glenn gould e artaud...
pois, sobre isso há muito a dizer (será que há, ou que está tudo dito, sem necessidade de mais palavras?). tencionava deixar aqui qualquer coisa de mim, no fim de semana, que não fosse apenas o registo da minha passagem pelas terras de gore. mas, entretanto, houve uma carta que eu andava para escrever, há meses. escrevi-a, no passado sábado, e pus tanto de mim nessas palavras que fiquei exausta, mental e fisicamente exausta. precisei de tempo e umas boas horas de sono para recuperar... e tudo o que eu tencionava fazer, no fim de semana, ficou sem efeito.
essa diferença, essa estranheza, essa quase impossibilidade de "fazer número" remete, sem dúvida, para uma solidão e uma autenticidade na qual temos uma percepção mais aguda da nossa força - e, também, da nossa enorme fragilidade.
beijo, morgana.
nem pára-quedas... abraçar com abraços o voo sem medo das exigências que nos tornam minúsculos perante as forças que nos irão varrer...
e fazes bem - tens TUDO!!
beijinho
Heduardo
Escreves com qualidade!
Abraço
quem segura os fios, é mesmo esse o sentimento.
quem comanda a nossa força
e a corta subitamente como se fosse necessário que assim fosse subitamente por uma qualquer razão que não entendemos?
olá gotika katrina, n sabia que este espaço também era teu.
BloodyKisses***
Ladydarkness,
este espaço não é da Katrina, estás enganada. Nas Terras de Gore reina a Fata Morgana, tal como no Claro Obscuro ;)
Gosto muito da Katrina, mas não sou ela, e já cá ando há muitos anos (desde 2003).
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